Valorizar histórias em territórios vulneráveis: o impacto de ações culturais como o livro “O Chão é Nosso”
A construção e registro das histórias de moradores de territórios vulneráveis constituem uma forma poderosa de fortalecer a identidade comunitária, valorizar saberes locais e promover o pertencimento territorial. O livro “O Chão é Nosso”, que reúne relatos de moradores do Jardim Planalto e Residencial Floresta, representa um exemplo concreto de como iniciativas culturais podem gerar impactos simbólicos e sociais duradouros.
É fundamental reconhecer os saberes e experiências dos territórios, permitindo que as vozes das comunidades sejam ouvidas e valorizadas. Projetos que dão visibilidade às histórias locais não apenas resgatam memórias e trajetórias individuais, mas também contribuem para a construção de narrativas coletivas que fortalecem o tecido social e incentivam o engajamento comunitário.
Além disso, a literatura sobre proteção social e desenvolvimento comunitário ressalta a importância do pertencimento e da escuta ativa. Abigail Torres (2017) destaca que ações que promovem a valorização de experiências locais e o convívio social fortalecem os vínculos e a coesão comunitária, elementos essenciais para a promoção da cidadania e da resiliência em contextos de vulnerabilidade social.
Iniciativas como o livro “O Chão é Nosso” permitem que moradores de territórios vulneráveis se vejam como protagonistas de suas próprias histórias, ampliando a autoestima coletiva e o reconhecimento da comunidade por sua própria história e cultura. A participação ativa dos moradores, aliada à documentação de suas trajetórias, cria um registro cultural e social que transcende gerações, tornando-se referência para futuras ações de políticas públicas, educação e cultura local.
Ao oportunizar o acesso à cultura e à narrativa própria, essas ações também estimulam processos educativos, de reflexão e de fortalecimento da cidadania, contribuindo para que os territórios vulneráveis se percebam como espaços de potência e capacidade de transformação social. O livro, portanto, não é apenas uma publicação, mas uma ferramenta de engajamento comunitário, empoderamento social e preservação da memória local.
Em síntese, projetos como “ O Chão é Nosso” exemplificam como a valorização das histórias locais pode fortalecer a identidade comunitária, promover a escuta ativa e contribuir para o desenvolvimento territorial sustentável, reconhecendo o papel central dos moradores como protagonistas da própria história e da construção coletiva de seu território.
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Danilo Silva Alberti – Coordenador do Projeto Espaço Cultural ICA Planalto
Referência : Torres, A. (2017). Convívio, convivência e proteção. Editora VERAS