II Seminário de Representatividade LGBTQIAPN+ marca espaço de diálogo em Mogi Mirim

Na tarde do sábado dia 17 de junho, o ICA realizou em sua sede, na cidade de Mogi Mirim, o II Seminário de Representatividade LGBTQIAPN+, com a mediação dos professores Brunno Mendozza e Christhopher Dekay. Estiveram presentes também representantes dos coletivos:

  1. Mães pela Diversidade de Campinas
  2. Escritório do Orgulho LGBTQIAPN+ e Ambulatório LGBTQIAPN+ de Espírito Santo do Pinhal
  3. Coletivo Juntas de Itapira
  4. Associação da Diversidade – ADLIM de Limeira
  5. Associação e Grupo Voo de Liberdade de Mogi Guaçu
  6. Associação Liberty de Mogi Mirim
  7. Associação & Grupo 4 estações e Rede Mogiana LGBT de São João da Boa Vista

Durante todo o evento foram apresentadas as iniciativas em suas respectivas cidades e compartilhadas experiências de profissionais que lidam diretamente com a defesa e garantia de direitos da comunidade LGBTQIAPN+. O evento foi encerrado com a exposição do advogado Sérgio Eduardo Salvino Quintiliano, que apresentou “A importância dos direitos da população LGBTQIAPN+”. A fala trouxe para os participantes um panorama histórico das conquistas da comunidade, desde os Princípios de Yogyakarta, movimento surgido em 2006 na Indonésia, até determinações como a Lei Brasileira 14.282 de 2022, que possibilita a alteração de nome aos maiores de 18 anos, por meio de procedimento administrativo direto, no registro civil de pessoas naturais.

É claro que o assunto remonta há muito tempo antes, mas como exposto por Quintiliano, “começa aí na Indonésia uma reunião de estudiosos, filósofos, pessoas envolvidas com os movimentos políticos e que estão inseridos no cenário político na época, e começam a pensar o LGBT como sujeito de direito realmente. Não é mais apenas um movimento ali para fazer um barulho, para incomodar a sociedade, como era tido antes disso.”

Esse movimento reivindica que a comunidade LGBTQIAPN+ tenha seus direitos garantidos em legislação internacional, inspirando países a adequarem suas leis, mesmo que não seja um documento obrigatório.

“E a coisa que você fica mais abismado quando lê os princípios de Yogyakarta é o fato de contemplarem o Direito à Felicidade, porque nós somos a população que mais morre e nós somos a população que mais sofre com depressão,” observou Quintiliano.

O tom do evento reforçou a importância do diálogo entre os diferentes setores da sociedade para garantir que os direitos conquistados pela comunidade sejam respeitados, e, acima de tudo, a empatia seja exercitada em todos os espaços. O ICA reconhece que tem um papel importante na abordagem de temas que fazem parte da complexa gama de garantia de direitos, uma vez que está a serviço da sociedade e tem como missão acolher, inspirar e incluir crianças, adolescentes, jovens, suas famílias e a comunidade.

Questionado sobre como as organizações sociais podem contribuir com a causa, Quintiliano apontou que “os movimentos políticos e educacionais são instrumentos que devem ser utilizados para o combate a essa violação de direitos. A iniciativa do ICA, por exemplo, em abrir espaço para um seminário com temática voltada exclusivamente à comunidade LGBTQIA+ é um exemplo de combate e de que a sociedade local precisa se inteirar acerca da diversidade”.

Carlos Batata, da Mães pela Diversidade, apontou a necessidade de enxergarmos as pessoas da comunidade além dos estereótipos: “A gente tem que despertar esse amor que tem que ter pelas pessoas. Independentemente. Porque não é só sexo. Não é só identidade de gênero. Não é só isso, ninguém é só isso. Por que o transgênero seria só isso? A gente é muito mais.”

Renata Furtado Mantovani, hoje como parte da ONG Mães pela Diversidade, compartilhou a história de sua família antes de conhecer a ONG, e os desafios que enfrentou para aprender e respeitar as escolhas dos filhos.

“Porque eu precisava de apoio e quando eu as encontrei, já rapidinho me abraçaram e me chamaram. Então hoje eu posso falar que eu sou uma mãe fora do armário. E é isso que as famílias precisam fazer. Nós, pais, mães, precisamos sair do armário. Nós precisamos mostrar o nosso amor para os nossos filhos. Nós não temos que ficar preocupados com o que o fulano vai falar se o meu filho é gay. O fulano não tem nada com isso. Então esse é o nosso papel: abraçar as famílias.”

Inspirado pela realização do Seminário, o CRAS da zona sul, localizado no Jardim Planalto, realizará uma roda de conversa sobre a temática LGBTQIAPN+ com a população do território. Assim como vários outros movimentos que aconteceram ao longo do mês de junho. Esse tipo de repercussão é um resultado positivo do evento e evidencia a força das organizações e movimentos sociais no debate do assunto.  

E o nosso desejo é que essa temática continue sendo pauta para a sociedade, até que se torne tão comum quanto a discussão de outros direitos.

Núcleo Integra 

O evento faz parte do calendário de atividades do Núcleo Integra, sistematizado no Projeto Político Pedagógico Social do ICA que tem entre seus objetivos:

Ser casa de movimentos sociais que ainda não estão organizados legalmente ou judicialmente, mas que são forças de mobilização social para um melhor desenvolvimento.

Ser um espaço espontâneo, de expressões culturais, sociais, educacionais, esportivas e ou de socialização da sociedade em seu espaço.

Glayson Cintra retorna ao ICA com espetáculo para o Quintal Cultural

O ICA tem o prazer de anunciar mais uma edição do Quintal Cultural, iniciativa que há duas décadas traz para o palco do ICA a diversidade da arte, atuando de forma democrática como um corredor cultural, levando arte e cultura gratuitamente para Mogi Mirim e incentivando a formação de plateia! Na edição de junho, o palco será ocupado pelo espetáculo “Negro não nego”, dirigido por Glayson Cintra, um talento local que já passou pelas fileiras do ICA como educando e profissional.

Após uma intensa temporada no Paraná, Glayson volta a Mogi Mirim para exibir de forma inédita o espetáculo “Negro Não Nego”, trazendo à cena o tema da negritude. O espetáculo já atingiu 3.900 espectadores em 6 cidades visitadas no Paraná. O espetáculo busca empoderar, conscientizar e resistir ao racismo estrutural, trazendo à tona questões como o colorismo e os desafios enfrentados pelas pessoas negras na sociedade atual. A peça traz referências dos ancestrais africanos até a cultura vibrante da sociedade brasileira, proporcionando uma reflexão profunda sobre nossa identidade cultural e as lutas por igualdade.

Aproveitamos a passagem do Glayson pela cidade para inaugurar nossa série “Histórias de Sucesso”, trazendo entrevistas com pessoas que já passaram pela história do ICA. Ele contou um pouco sobre como sua passagem pelo ICA como educando e como educador influenciou sua carreira profissional no cenário artístico.

O Quintal Cultural terá entrada gratuita, mediante retirada de ingressos na sede do ICA, em horário comercial de segunda a sexta-feira. Em um gesto solidário, pedimos a contribuição voluntária de 1 kg de alimento, que será doado para as famílias atendidas pela instituição.

Data: 29/06/2023
Horário: 19h30
Local: Sede do ICA – Avenida Brasília, 350 – Loteamento Nova Mogi
Entrada: Gratuita

ICA Run alia incentivo ao esporte e propósito social

A ICA Run 2023 reuniu mais de 470 pessoas, entre caminhantes e corredores, na manhã do domingo, 04 de junho, na sede da organização localizada na Avenida Brasília, em Mogi Mirim. Antes da largada para os percursos de 5 e 10 quilômetros, o evento contou com aquecimento conduzido por profissionais da instituição, ao som de House Music com JAM DJ. Somando o desafio encarado por todos os participantes, 2.435 quilômetros foram percorridos para apoiar a causa da Criança e do Adolescente.

O objetivo da ICA Run é mobilizar recursos para as ações cotidianas do ICA, ou seja, viabilizar custos da instituição que nem sempre são financiados pelos projetos desenvolvidos em parceria com recursos público-privado. A primeira edição, realizada em dezembro de 2022, também tinha como objetivo celebrar os 25 anos da fundação do ICA. Neste ano, o resultado é de mais de R$ 51 mil, os quais serão destinados para custear a fase final da obra no ponto externo de atendimento ICA Planalto, onde o ICA atende 40 famílias atualmente.

A partir de 2023 a intenção é continuar engajando a comunidade na causa da criança e do adolescente, promover hábitos saudáveis e fortalecer a marca da corrida no circuito regional, ao alcançar mais cidades e pessoas que ainda não conhecem o trabalho realizado em Mogi Mirim e Mogi Guaçu.

Com assessoria esportiva de Mel Macedo, a segunda edição da corrida e caminhada em prol da causa ICA, recebeu inscrições de 22 cidades, dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Entre os inscritos, foram representadas 45 equipes de corrida, principais disseminadores do evento entre os corredores competitivos.

Para a retirada do kit atleta, os participantes foram convidados a doar alimentos, e, ao final da corrida, foram arrecadados mais 209 kg de alimentos não perecíveis, os quais serão destinados para as famílias em maior vulnerabilidade entre os educandos atendidos pelo ICA. Hoje o ICA registra a necessidade de apoiar mensalmente ao menos 13 famílias em risco alimentar, por isso o cuidado em arrecadar alimentos em todos os eventos realizados, sejam eles esportivos ou culturais.

Participaram da montagem e organização profissionais do ICA, da empresa de eventos esportivos Superação, plataforma escolhida para as inscrições das 2 edições, além de mais 24 voluntários que apoiaram ao longo do percurso, animando e direcionando os participantes.

Em breve anunciaremos a data da 3ª edição. Acompanhe o ICA nas redes sociais para ficar por dentro dos próximos eventos.

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